sábado, 24 de abril de 2010

Construindo sonhos...

 A frustração estava visível em meu rosto, a falta de vontade de seguir estava sendo notada pelo meu andar desacreditado e inseguro.
 Eu cheguei a pensar que tudo tinha acabado, que o melhor de mim havia ido embora com os ventos daquela tempestade. O vento veio tão forte e  levou tudo o que construí, o tempo me fez ver que as horas antes tão curtas passaram a ser longas e a partir disso comecei a dar valor a cada segundo desperdiçado ou até mesmo aproveitado de modo inadequado. 
Tentei valorizar ao máximo o tempo, me foquei em construir tudo o que havia perdido, comecei pela base, mas desde o início já errei, pois fiz uma base infalsa, com colunas fracas que jamais suportariam o peso do que eu planejava construir. Mesmo sabendo que a base estava uma  " merda ", eu continuei e fui tentando edificar as coisas da melhor maneira possível. Só que quando dei por mim, finalmente percebi que a mais linda casa sem um bom alicerce um dia cai, e foi exatamente isso que aconteceu, eu tentei construir algo em cima de uma base fraca e instável, nunca daria certo. Por causa disso fiquei frustrada, me achando incapaz , cheguei a pensar que nunca mais poderia vir a construir nada. Desisti daquela construção com a base fraca e me foquei no mundo e nos estudos, afinal pra que uma " casa"? rs
Mudei meu foco, desisti das construções e passei apenas a preservar o que já estava comigo, me privando de conquistar qualquer outra coisa. Como fiquei sem casa, comecei a sair pelo mundo, me assustei com muita coisa que vi, me senti perdida e fiquei me perguntando o que eu estava fazendo ali, sem casa totalmente vazia...Um simples sentimento era muito para mim, pois desde que desisti da minha construção me considerava uma pessoa egoísta e extremamente fria, juro, achei que nunca mais iria sentir nada, nada.
Foi ai que percebi, o quanto era ruim ficar sem uma casa, sem um abrigo, sem um lar. O mundo era frio demais, as pessoas eram ruins e eu não sabia em quem confiar. Eu estava perdida mas sabia a minha direção por mais paradoxal que isso possa parecer, era assim mesmo que eu me sentia.
 No fundo, no fundo eu tinha certeza que eu ainda podia construir algo novo, alguma coisa me dizia que eu não estava morta por dentro , eu só precisava que alguém me mostrasse isso...apenas isso...
E nesse mundo gélido, estranho e com pessoas ruins havia um soldado, o qual me me estendeu a mão e me  trouxe de volta a vontade de construir, finalmente vi que eu não estava fria e desorientada como as pessoas do mundo, vi que ainda podia sentir algo, vi que podia construir e fazer alguém construir também...O soldado não soltou a minha mão, ele a segurou com força, e naquele momento eu desejei te-lo presente em todas as minhas novas construções, mas eu também pude pensar que mesmo ele não participando delas eu seria eternamente grata, afinal ele me devolveu a vontade perdida, a vontade de construir, o que sempre me deu vida. 
Enfim, senti e agora só me falta juntar o necessário pra uma possível construção. 

quarta-feira, 14 de abril de 2010

*-*


Sentença do descontrole


Tenho medo, está tudo escuro

Estou sem saída, num canto qualquer
Ouço gritos, meu mundo gira
As sombras que mais me amedrontam
de fato começam a me possuir


Quero fugir, mas como partir se não consigo
nem ao menos me encontrar? 
Onde estou?
Nem eu sei, deixe-me pensar, pensar, pensar...


Me encontrei e nesse momento posso dizer
que sou refém da minha própria cabeça
no cativeiro dos pensamentos.
(Ingrid Barbarioli)