sábado, 15 de maio de 2010

O meu olhar

 O meu olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...


Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar...

(O meu olhar - Alberto Caeiro)


'' É preciso desaprender o símbolo, pois as coisas não tem significação elas tem existência.'' 
(Gilvan Fogel- A desaprendizagem do Símbolo ''A poética do ver imediato'')





' É preciso ver o novo, é preciso enxergar as coisas como se fosse pela primeira vez, é preciso espantar-se.



Fazer faculdade de letras dá nisso. rs
A cada dia que passa estou me encantando mais com Teoria Literária, é bom aprender o novo e compreender o velho a ponto de se espantar.

Enfim, acho que estou me encontrando.

Ps: estou lendo Os sentidos da Paixão( Platão), que livro incrível, em breve farei post's sobre o que estou aprendendo.

Beijos :)

Um comentário:

  1. AAAh, meu professor de Teoria Literária mandou lermos esse texto do Fogel *-*
    Será que tenho o mesmo professor que você teve? kkkkk

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